segunda-feira, 19 de agosto de 2013

SAÚDE Doença inflamatória intestinal X doença celíaca

Quais são as diferenças entre estes dois males cujo alvo preferido é o intestino?


A cada edição da ABCD em Foco esclarecemos, de diversas formas, os sintomas da colite (ou retocolite) ulcerativa e da doença de Crohn, as doenças inflamatórias intestinais que se caracterizam, basicamente, por inflamação e ulceração no intestino. A colite ulcerativa afeta o intestino grosso, ou cólon. Quanto à doença de Crohn, atinge mais o intestino delgado, ou íleo, e também o intestino grosso, sendo que ela pode causar prejuízos em qualquer parte do sistema digestivo e em algumas partes do organismo como um todo. Os maiores sintomas dessas doenças são diarréia e dor no abdome. E quanto à doença celíaca, será que sabemos estabelecer quais são as diferenças que existem entre ela e as doenças inflamatórias intestinais?
“Por definição, a doença celíaca é a intolerância permanente ao glúten encontrado nos cereais, trigo, centeio, cevada e aveia”, explica a Dra. Lorete Maria da Silva Kotze, especialista em Gastroenterologia, Gastroenterologia Pediátrica e Clínica Médica e membro titular da Academia Paranaense de Medicina. “Diferentemente da doença de Crohn, a dor abdominal e a febre são raras”, complementa a médica, que é fundadora da Acelpar, a Associação dos Celíacos do Paraná, há oito anos. As afinidades com a doença de Crohn e com a colite ulcerativa são diarréia e emagrecimento.

Ao contrário do paciente que tem a doença de Crohn ou a colite ulcerativa duas doenças
crônicas que podem provocar nos pacientes períodos de crise e de remissão dos sintomas pode-se imaginar que se o paciente da doença celíaca tirar o glúten da sua alimentação, ou seja, não comer mais pão, macarrão, bolachas, pizza, pastel, entre outros produtos que levam glúten, ele não terá mais nenhum sintoma dessa doença, certo?­ Pode apostar que sim, segundo os médicos. “A intolerância é para toda a vida, mas retirados os agressores da dieta, o indivíduo fica praticamente curado, diz a Dra. Lorete. Mas ela também faz um alerta: “Se o paciente voltar a ingerir glúten, os sintomas voltam, com maior ou menor intervalo e intensidade”, complementa.
Em tese, é mais fácil diagnosticar e conviver com a doença celíaca do que com uma doença inflamatória intestinal. Para começar, o diagnóstico é feito com um exame simples e fácil: a princípio verificase, através de aplicação de soro no paciente, se há a presença de anticorpos contra o glúten no seu organismo.

Depois, confirma-se o diagnóstico através da biópsia dos fragmentos do intestino, que é realizada
por meio do exame de endoscopia digestiva alta. “O único tratamento para a doença celíaca é alimentar”, afirma a Dra. Vera Lúcia Sdepanian, gastroenterologista pediátrica, professora da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina e médica responsável da Associação dos Celíacos do Brasil, a Acelbra, na unidade de São­ Paulo. O paciente com doença celíaca pode até comer pão, mas­sas e macarrão, desde que esses alimentos sejam feitos com substitutos do glúten ou seja, milho, fubá, polvilho doce e azedo, tapioca, fécula de batata e farinha de mandioca. “Ele pre­cisa aprender a fazer as receitas e mudar seus hábitos alimentares para o resto da vida”, diz a Dra. Vera.

A especialista chama a atenção para o fato de que as pessoas precisam estar mais atentas para perceber a manifestação da doença celíaca, que é de origem genética e afeta homens e mulheres de qualquer idade. “Levando-se em conta que a alimentação das crianças começa com papinhas, bolachas e pão, já na faixa de idade de 1 a 3 anos alguns sintomas podem começar a aparecer, e não precisam ser necessariamente diarré­ia”, explica a médica. Como?



Alguns exemplos: crianças que têm o humor muito alterado (ou são exageradamente quietas, quase como se estivessem sempre ausentes, ou são muito irritadas e choram sem motivo); crianças, em idade escolar, que não crescem tanto quanto seria o esperado, ou que têm o intestino muito preso. “Os pais não precisam ficar assustados basta que fiquem atentos se esses comportamentos acontecem e fatos ocorrem com freqüência com a criança e levá-la para uma consulta com o gastroenterologista pediátrico, que é quem pode fazer o diagnóstico da doença celíaca”, informa a médica.

FONTE: http://www.abcd.org.br/revista/n21/doenca-inflamatoria.htm

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